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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Como garantir a identidade brasileira na moda internacional


Fonte: http://olhares.sapo.pt/moda-no-brasil-colonia-foto2809437.html
Um breve histórico dos fatores que desembocaram em uma identidade brasileira expressa através do vestuário e da moda.



Até 1910 – Primeira parte



A identidade brasileira na moda encontra sua consolidação ao longo dos dois últimos séculos, haja vista o pouco que se pode falar a respeito da atividade cultural durante o Brasil colônia, onde a moda era originalmente europeia.



As primeiras iniciativas de construção de uma indústria têxtil no Brasil foram frustradas com medidas contrárias impostas pela família real portuguesa:



“ o Brasil Colônia tentou fabricar seus tecidos elegantes, mas um famoso alvará de D. Maria I mandou destruir os teares do Brasil e, com eles, a indústria brasileira que nascia . Em nosso país, só se admitiam teares para a indústria das fazendas grossas de algodão , das que serviam para o uso e vestuário dos negros. Veja o que diz o historiador Luiz Edmundo:



"São extintos, quebrados a martelo todos os teares do país no ano de 1781, sendo que se proíbe aos governadores o recebimento, em audiência, de pessoas vestindo roupas feitas com tecidos não fabricados ou exportados da metrópole, Ordem régia de 5 de julho de 1802. (…) Até os sapateiros não podem trabalhar em couro que não venha mandado da longínqua Metrópole, Carta-Régia de 20 de fevereiro de1690.’”( Joffily, 1999, p.12)

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Em 1841, ocorre um fato importante na história da moda brasileira – quando na coroação de D. Pedro II, este leva em torno do pescoço uma murça de plumas de tucanos.


“ A só um tempo, era feito rei e cacique, rei como na Europa, de cetro e coroa, e cacique de penas como pelos imensos e insondados brasis.” (Schwarcz).

Fato simbólico para a construção de uma identidade brasileira, uma vez que implica na legitimação das “coisas da terra”, entretanto, os reflexos dessa legitimação demoram a acontecer no vestuário.

Inicialmente a influência da moda brasileira é totalmente europeia, mais especificamente francesa – expressa em características da Belle Époque.

Até 1910 – Segunda parte

De acordo com o pesquisador José Carlos Durand, após o início do séc. XIX, já há uma produção incipiente de peças no Brasil, baseado na matéria-prima importada, embora não houvesse nenhuma adaptação ao clima tropical, conservando-se as características típicas europeias. Por volta de 1830, os franceses abrem uma série de lojas no Rio de Janeiro, a Rua do Ouvidor, onde era elegante falar francês em vez de português, constituiu um importante centro, oferecendo às senhoras da elite tecidos, figurinos e mesmo toaletes completas vindos de Paris.

Entretanto, ainda não havia sequer a adaptação da roupa às características tropicais do Brasil. “Nas ruas do centro da cidade viam-se homens de fraque e polainas e mulheres também vestidas formalmente.” (Gontijo, 1972, p. 4)

Nesta primeira fase a moda no Brasil se faz por meio de livreiros franceses que importavam revistas de moda, ilustradas com litogravuras, trazendo instruções sobre cortes e medidas. Chegando, a partir de 1874, a haver uma edição brasileira da La Saison, chamada A Estação. (Edgard Luiz de Barros, 1993, p.21).

O século XX inicia-se com um período de progresso técnico, resultante da criação de novas fábricas surgidas principalmente da aplicação do dinheiro do café. Inicia-se a era da máquina e o desejo do progresso expresso na industrialização. Outros fatores importantes são a urbanização e a grande massa de imigrantes que contribuíram ainda mais para o crescimento do Brasil.

Neste período também a indústria têxtil renasce, como descreve a historiadora Silvana Gontijo:

“Durante a Primeira Guerra Mundial, os países europeus e EUA diminuíram muito sua exportações para o Brasil, dando oportunidade a que o setor têxtil tomasse grande impulso. Em 1919, nossa indústria já supria três quartos da demanda interna.”(Gontijo, 1972)


Fonte: http://www.fashionbubbles.com/historia-da-moda/identidade-brasileira-na-moda-anos-1910/


terça-feira, 28 de junho de 2016

O Made in Brazil da Moda Brasileira



Mais uma vez, nosso grande estilista, Alexandre Herchcovitch, fazendo uma avaliação de importância singular. Vejam essa matéria:



Certa vez, em palestra na Feevale de Novo Hamburgo, o estilista brasileiro Alexandre Herchcovitch afirmou que o Brasil, até a pouco tempo, era conhecido pela exportação de calçados, sobretudo o sul do país, e pela exportação e lançamento de novas matérias primas para esse fim. Mas, atualmente, além de vender um bom calçado, o país está tentando exportar um calçado com design, que é o que conta verdadeiramente hoje. Pois, o Brasil já é apto a consumir e também produzir artigos que não carregam mais aquela aura de cópia, e sim criações legitimamente nossas.
Se há uma identidade na moda brasileira, ela está arraigada às nossas múltiplas personalidades, facetas e estilos. Aqui se encontra o universal no local. A moda brasileira deve se fortalecer na antropofagia cultural, abandonando clichês e abrindo a mente. Na moda, referências são tudo!!!
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Realmente o cenário das exportações brasileiras vem se modificando nos últimos anos. E essa mudança se deve, em grande parte, à competição com os países asiáticos, que são grandes produtores e exportadores de vestuário e calçados, o que dificulta a entrada do produto têxtil brasileiro no mercado externo. O custo dos produtos asiáticos é muito menor, e não temos como competir com a mão de obra de valor baixíssimo deles.





Há pouco tempo atrás, presenciamos o fechamento de fábricas do setor calçadista em Novo Hamburgo, RS, e de outras empresas do setor têxtil em diferentes localidades do Brasil, devido à concorrência sem parâmetros da China. O Brasil, diante deste gigante, não tem como concorrer no quesito manufatura.

Contudo, a conseqüência que emerge diante deste fato é o aumento na qualidade dos produtos. O Brasil começa a garantir boa parte de suas exportações em mercadorias com maior valor agregado, que se destacam por características mais ligada à moda e ao design. Este é o momento das indústrias e marcas investirem em estilistas e em consultores de moda e de tendências, para que o produto não seja mais uma mera cópia, e sim único, vendável e de qualidade.



Assim, a estratégia nacional frente às exportações relaciona-se com a incrementação do design e estilo, fazendo com que os designers, enfim, tenham oportunidade de criar com base em suas referências. Dessa forma, cada vez mais se formará uma imagem da moda e estilo brasileiro, amadurecendo o conceito de uma moda genuinamente nossa lá fora.




No final dos anos 90, os estilistas brasileiros já faziam uma roupa com mais expressão de moda, o que despertou o olhar estrangeiro para o “cenáriofashion” nacional. Em 2000, a moda brasileira já era comentadíssima pelos principais circuitos da moda mundial. E de lá pra cá, jornalistas de diversos países tem vindo para acompanhar o São Paulo Fashion Week. De repente, a cultura brasileira está em alta graças à influência da mídia internacional, que culmina no “Ano do Brasil na França” (2005).

Fonte: http://www.modamanifesto.com/index.php?local=detalhes_moda&id=557



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