Fonte: http://olhares.sapo.pt/moda-no-brasil-colonia-foto2809437.html |
Um breve histórico dos fatores que desembocaram em uma identidade brasileira expressa através do vestuário e da moda.
Até 1910 – Primeira parte
A identidade brasileira na moda encontra sua consolidação ao longo dos dois últimos séculos, haja vista o pouco que se pode falar a respeito da atividade cultural durante o Brasil colônia, onde a moda era originalmente europeia.
As primeiras iniciativas de construção de uma indústria têxtil no Brasil foram frustradas com medidas contrárias impostas pela família real portuguesa:
“ o Brasil Colônia tentou fabricar seus tecidos elegantes, mas um famoso alvará de D. Maria I mandou destruir os teares do Brasil e, com eles, a indústria brasileira que nascia . Em nosso país, só se admitiam teares para a indústria das fazendas grossas de algodão , das que serviam para o uso e vestuário dos negros. Veja o que diz o historiador Luiz Edmundo:
"São extintos, quebrados a martelo todos os teares do país no ano de 1781, sendo que se proíbe aos governadores o recebimento, em audiência, de pessoas vestindo roupas feitas com tecidos não fabricados ou exportados da metrópole, Ordem régia de 5 de julho de 1802. (…) Até os sapateiros não podem trabalhar em couro que não venha mandado da longínqua Metrópole, Carta-Régia de 20 de fevereiro de1690.’”( Joffily, 1999, p.12)
Em 1841, ocorre um fato importante na história da moda brasileira – quando na coroação de D. Pedro II, este leva em torno do pescoço uma murça de plumas de tucanos.
“ A só um tempo, era feito rei e cacique, rei como na Europa, de cetro e coroa, e cacique de penas como pelos imensos e insondados brasis.” (Schwarcz).
Fato simbólico para a construção de uma identidade brasileira, uma vez que implica na legitimação das “coisas da terra”, entretanto, os reflexos dessa legitimação demoram a acontecer no vestuário.
Inicialmente a influência da moda brasileira é totalmente europeia, mais especificamente francesa – expressa em características da Belle Époque.
Até 1910 – Segunda parte
De acordo com o pesquisador José Carlos Durand, após o início do séc. XIX, já há uma produção incipiente de peças no Brasil, baseado na matéria-prima importada, embora não houvesse nenhuma adaptação ao clima tropical, conservando-se as características típicas europeias. Por volta de 1830, os franceses abrem uma série de lojas no Rio de Janeiro, a Rua do Ouvidor, onde era elegante falar francês em vez de português, constituiu um importante centro, oferecendo às senhoras da elite tecidos, figurinos e mesmo toaletes completas vindos de Paris.
Entretanto, ainda não havia sequer a adaptação da roupa às características tropicais do Brasil. “Nas ruas do centro da cidade viam-se homens de fraque e polainas e mulheres também vestidas formalmente.” (Gontijo, 1972, p. 4)
Nesta primeira fase a moda no Brasil se faz por meio de livreiros franceses que importavam revistas de moda, ilustradas com litogravuras, trazendo instruções sobre cortes e medidas. Chegando, a partir de 1874, a haver uma edição brasileira da La Saison, chamada A Estação. (Edgard Luiz de Barros, 1993, p.21).
O século XX inicia-se com um período de progresso técnico, resultante da criação de novas fábricas surgidas principalmente da aplicação do dinheiro do café. Inicia-se a era da máquina e o desejo do progresso expresso na industrialização. Outros fatores importantes são a urbanização e a grande massa de imigrantes que contribuíram ainda mais para o crescimento do Brasil.
Neste período também a indústria têxtil renasce, como descreve a historiadora Silvana Gontijo:
“Durante a Primeira Guerra Mundial, os países europeus e EUA diminuíram muito sua exportações para o Brasil, dando oportunidade a que o setor têxtil tomasse grande impulso. Em 1919, nossa indústria já supria três quartos da demanda interna.”(Gontijo, 1972)
Fonte: http://www.fashionbubbles.com/historia-da-moda/identidade-brasileira-na-moda-anos-1910/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ficarei muito feliz com suas contribuições através dos seus comentários, sugestões e críticas.